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Mostrando postagens de fevereiro, 2013

Unhappy endings

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Acabou. Passei por um enorme período sabático tentando entender a intricada rede de relações que nos rodeava e cheguei à conclusão que a vida seria melhor se ela fosse mais maniqueísta: sim e não são suficientes, o talvez mata, corrói, destrói, esgota, porque nos fazer pisar num campo minado de incertezas e pronomes oblíquos. Acabou – digo toda hora a mim mesma. Você tá bem e eu já soube disso, tem outro amor agora (rápido, não?!) e eu queria desejar que ela tivesse bafo, que te fizesse pagar os maiores micos, que não conseguissem transar e que tivesse uma sogra demoníaca, mas não sei desejar a sua infelicidade, ainda. Quem sabe um dia possa colocar você amarrado em uma árvore e atirar no meio da sua cara cínica e deixar lá apodrecendo pros urubus, talvez assim morrendo fisicamente, eu não teria que carregar o peso de levar você todos os dias ainda aqui no meu peito. Júlia Siqueira

Às vezes o amor vira dor...

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Às vezes amar dói, principalmente quando se ama sozinho, quando o sentimento não é mais divido e sim unilateral. Dói como faca cega cortando a pele e a furando ao redor, dói e não sangra, machuca sem nem um arranhão e sem nenhuma marca aparente. Mas a dor está ali, escondida entre os risos forçados e alegria dissimulada, guardada pra não preocupar ninguém além de mim mesmo. O meu conforto, porém, é saber que nem toda dor é eterna, e que ela passa com  o tempo e depois disso fica só uma cicatriz pra lembrar eternamente o que aquilo ali um dia representou.  Para Polyanna Peer

Desistir

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Desistir, jogar a toalha e dizer não é um ato nobre de gente que tem coragem de entender e perceber suas próprias limitações. Desistir talvez seja um ato mais corajoso do que lutar contra uma onda forte que insiste em te jogar fora do mar...

Quando se encontra o amor de uma vida...

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Todos nós temos apenas um grande amor de toda uma vida e não falo dos nossos pais, falo de um amor carnal, a uma só carne da leitura bíblica, o titã separado pelo deus Zeus que vive na eterna busca por sua outra parte, a alma gêmea ou outra denominação clichê de qual estamos acostumados a ouvir. Todos nós possuímos apenas um amor. Um só, mesmo que durante toda a nossa vida achemos outros tantos. Lembro-me do pesar na voz de minha avó quando falava de seu primeiro namorado. Ele morreu num acidente envolvendo um jipe e toda vez que faltava luz na cidade, ela me contava as suas histórias com ele e ali, escondido nas palavras e no olhar dela, havia um brilho diferente quando mencionava o pouco tempo que ficaram juntos naquele namoro escondido de antigamente. Mas ele se foi, e ela casou com meu avô e viveram por mais de quarenta anos, mas com toda certeza nunca o esqueceu, acho até que se perguntava como seria sua vida se estivesse com ele. É difícil de encontrar o verdadeiro amor

A pior certeza é não ter certeza.

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A gente se acha tão dono da verdade, cheio de si e com certeza das coisas e de uma hora pra outra não se sabe mais de coisa alguma. Alguma teoria desmontou a sua tese construída por anos a fio, um não acaba com a sua vontade de lutar pelo que acredita, uma reação em cadeia te leva a crer que é melhor esperar o que você quer que aconteça já. As certezas se esvaem e ficam dúvidas, dívidas consigo, por não ter forças pra lutar contra a maré forte que te joga pra fora do mar. Espera-se a tempestade acalmar e se lança no mar novamente? Ou se enfrenta tudo sem pestanejar. Sem certezas. 

Bem vindos ao Brasil

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Corria o ano de 1500. Vivíamos em paz coletando, caçando, vivendo para si próprios e em prol da comunidade. A natureza reinava por essas bandas do Atlântico, tudo era de um deslumbre e perfeição que parecia que Deus escolhera esse lugar pra morar. Mas como nem toda alegria é eterna, num dia quente de abril, chega neste lugar pessoas estranhas, com roupas longas, fala difícil, sentindo-se os donos do pedaço. Deram um nome a nossa terra (como se não houvesse um), nos apelidaram com um nome estranho, rezaram para o Deus deles e tomaram aos poucos o que era nosso. Anos depois outros vieram. Gente esquisita de outros lugares da Europa cada um querendo uma parte do bolo, gente que sofreu como a gente já havia sofrido e que vinha da África trabalhar, trabalhar e trabalhar. Fizeram uma bagunça com o que antes era tão simples e tão organizado. Tornaram o nosso refúgio a casa da mãe Joana, onde todos entram sem bater e não se tem um pingo de educação e cordialidade com os moradores.  H

E o agora?

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Somos imediatistas, não podemos negar. Queremos a roupa da vitrine pra usar hoje, queremos um novo amor pra agora, desejamos a felicidade neste exato momento, desejamos a cura de um mal ou problema qualquer pra "nestante". Somos assim, então não nos peça pra esperar, não nos peça pra aguardar com promessas que nem acredita. Queremos agora! Só não temos o AGORA.