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Mostrando postagens de abril, 2018

Queremos ser eternidade

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Quando nascemos inconscientemente já intuíamos: - Um dia a menos. É como se entrássemos em escala decrescente e os anos a mais que tanto comemoramos com alegria, nada mais é que uma contagem regressiva para nos despedirmos desse mundo. Para que nascemos então senão para morrermos a seguir? E de que vale a nossa existência se um dia passaremos a ser apenas uma mera lembrança na vida de alguém que gostava de nós (ou não)? Não fomos preparados para ser apenas lembrança, um rosto no álbum de fotografias ou um nome numa certidão esquecida. Desde a mais tenra idade fomos projetados para passar as etapas e concluí-las com louvor. A infância e seus joelhos machucados das constantes quedas, a adolescência e sua intensidade, a vida adulta e seus altos e baixos. Era como se a cada passada de fase com sucesso, ganharíamos bônus, moedinhas ou coisas parecidas com qualquer joguinho bobo de celular. E constantemente queremos passar de fase, queremos conquistar os desafios que se impõe e dizer:

Jamais aprisionarão nossos sonhos

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Nós tivemos antena parabólica em 2000 com muito custo. Era difícil depender dos vizinhos para ver os seus programas favoritos e parcelamos uma a perder de vista depois de insistir para meus avós que aquilo era quase necessário.  Minha avó, quando meu avô faleceu, rodava mercados economizando centavos para dar conta de colocar comida dentro de casa. Sim, nós íamos de mercado em mercado sempre buscando os produtos mais baratos. Minha mãe ajudava ao seu modo. Vi muitas vezes ela tirando casacos que eram pura naftalina do armário e os colocando no sol para depois usá-los para que eu tivesse roupas novas durante o inverno. Aliás, roupas e calçados só em duas épocas, junho e janeiro, apenas. Viajar não era realidade, exceto quando tinha que acompanhar alguém doente para fazer exames em Ilhéus e Itabuna. Sempre estudei em escola pública e isso me preparou para a vida. A realidade das pessoas que nos rodeia é, por vezes, mais difícil que a nossa e isso me dava resiliência para não recl

Humanos? Talvez fomos um dia.

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Vivemos um período perigoso em nossa história. Passamos a nutrir um ódio pelo outro simplesmente por ele pensar diferente de nós. Não dialogamos e não damos as mãos para resolvermos juntos situações e problemas. A culpa é do outro e este outro nos culpa de volta. A empatia ficou no lixo. Sentimentos e sensações despejadas privada adentro. Guerreamos. A dor alheia tem que ser a primeira a ser sentida, o primeiro golpe e a última palavra têm que ser minha. Eu gozo primeiro. Eu sei mais que você. O mundo girando ao meu redor. Eu, eu, eu. Eu venço, mas me perco. Humanos? Talvez fomos um dia.