Não vamos para o céu!
Vai ser difícil chegar ao céu. Sim, porque a gente, inevitavelmente, não é tão bom que não deseja o sumiço, a distância ou a morte de alguém. Às vezes, desejamos que tudo isso nos aconteça, e só aí, contabilizando rapidamente, já cometemos um dos pecados mais abomináveis para a nossa querida sociedade cristã: matar. Mas já nascemos atinados para o crime – confesso-me ao padre cansado de minha paróquia -, pois assassinamos animais inocentes para comermos, entre um hambúrguer e outro o sacrifício de pobres vaquinhas indefesas para alimentar nossa gula, que aliás é um outro pecado, talvez não tão grave quanto esse que vos falo, mas que agora parece piorado. Isso porque não contei os outros pecados cotidianos cometemos, muito menos abri uma planilha e os elenquei por gravidade, pois se assim fizesse a ansiedade já teria me corroído inteira. Não vamos para o céu! - conclui entre o final da confissão e as orações receitadas como penitência pelo velho padre, talvez por pensar tão fora d