Uma história sobre amizade
Em minha casa, há um tempo, apareceu um filhote de
porco-espinho. A minha gatinha criou certa amizade com ele deste então, não se
separando dele um só instante, de modo que onde um estava o outro também ali se
encontrava. E de tanto grude, chegava a ser
era engraçado vê-los, dois seres diferentes ligados por uma união tão bonita.
Mas eis que um dia quando já crescido, o porco-espinho, como lhe é de natureza,
arremessou um de seus espinhos e machucou a gatinha. Ela ficou assustada,
recolheu-se num canto, não o procurava mais, já não brincavam mais juntos. O
espinho ela não conseguira tirar, nem ao menos me deixava ajudar a lhe livrar
daquele incômodo.
Passaram-se os dias e de repente no canto da sala, vejo
os dois novamente juntos, o porco-espinho na tentativa de tirar o espinho que
deixara outrora na amiga enquanto ela fingia dormir. E desde então não nos
separaram mais.
Assim somos nós. Às vezes é preciso retirar os espinhos e
seguir em frente. Recuar é bom, mas não tira ou faz minimizar dor alguma,
talvez só a faça aumentar. Sofrer não. Perdoar sempre.
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