A sofredora



Sofro todas as dores do mundo. São dores lancinantes que rasgam o meu ser como faca afiada de um açougueiro, desfazendo minhas entranhas e cortando minha alma em postas a ponto de me levar ao completo abate, abatendo-me de tal forma que perco a vontade de viver, ver a luz do sol ou sentir a brisa do vento tocar minha pele. Metade de mim é dor a outra metade nem sei. Dor de amor que dói e não se acha a origem, dor de desilusões, dor de verdades escondidas como sujeira embaixo do tapete escondida por empregada preguiçosa. Dor de incompreensão, dor de esperas. Dor. 
Sou sofredora, eu sei. Todos sabem. Infelizmente carrego as dores do mundo e por isso não consigo deixar de assim ser.

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