Porto seguro

E ele esperou meses para que aquele amor fosse seu, aguardando incessantemente as estações darem lugar umas às outras. Esperou que o inverno acabasse, para que a despedida do frio fizesse com que o amor brotasse em flores no seu coração. Infelizmente não enxergou na beleza das rosas o machucar de alguns de seus espinhos. Mas isso não o abateu. Tirou cada um daqueles pedaços afiados que sangravam a sua carne e prosseguiu, até que o verão fez aquecer a sua alma para lutar mais e mais por aquilo que acreditava. Deixou de lado as coisas por vezes, reapaixonou-se outras tantas, mas esquecer... não, nunca fez. A gente não esquece quem nos faz bem.
O outono chegou e o balançar e cair das folhas das copas das árvores, fez com que caísse na real. Entendeu que não precisa lutar contra a correnteza que te leva para o cais, para seu porto seguro, só precisa fechar os olhos e sentir-se levando o lugar onde o abrir dos braços, dos lábios e do coração seja a segurança de que tanto se procurou e enfim se reencontrou. 

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