Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2015

Amores líquidos

Imagem
Acabei de ler o livro Amores Líquidos do sociólogo polonês Zigmunt Bauman e terminando o êxtase ao finalizar mais uma obra dessas, eu digo apenas três palavras ao final de 183 páginas: Li apenas verdades. Os relacionamentos aos quais ele discorre e nos são tão familiares são fluídos e efêmeros. A busca incessante da pessoa perfeita nos torna cada vez mais descartáveis em um mundo de prazeres passageiros e pessoas frívolas. E no final ou você se adapta a esse meio ou corre o risco de ficar só. Em cada parte do livro ecoava em minha mente as palavras da minha terapeuta certa feita: “ amor é pra quem tem culhões.”. Tais palavras são a mais pura realidade que visualizamos no dia a dia. Os relacionamentos hoje se tornam cada vez mais frustrantes porque não existe amor e sim um apego exacerbado, uma carência extrema. O vazio de si espera ser preenchido pela presença do outro sem nem perceber que pra te encher o outro terá que se esvaziar. O namoro é pautado em uma vida à dois sufocante

Acaso

Imagem
Enquanto eu vejo a “minha” novela, você se vira para o lado da cama e lê Saramago. Enquanto eu leio os horóscopos nos sites de notícia, você tenta entender a má gestão do lixo nos municípios brasileiros. Enquanto eu “mato” um hambúrguer gigantesco para aplacar minha fome sem fim, você pede uma salada simples e me diz que come para sobreviver. Eu com minha rapidez e aceleração de sempre e você em sua calmaria caymminiana sem fim. Eu de humanas, você de exatas. Nada a ver. Tudo a ver. Afinados, passamos horas discutindo arte impressionista enquanto ao fundo toca Calcanhotto. De longe, dois seres estranhos. De perto, duas criaturas que, mesmo sem ter muito a ver,  decidiram se unir, num desses abalos cósmicos da vida que eu chamaria de destino ou carma e você, humildemente chamaria de acaso.