Sinceridade?
Hoje falar
abertamente o que se pensa é sinal de ofensa, não porque as pessoas ficaram
melindrosas demais, mas sim porque se acredita que sinceridade é sinônimo de
ofensa. Ser polido no que se fala e, assim, expor seu ponto de vista sobre
alguma coisa é uma totalmente diferente de vociferar aquilo que acredita por
cima de gritos e palavras de baixo calão.
Não ficamos
cheios de dedos, nos tornamos arrogantes, achando que a forma que a gente pensa
é o certo e por isso deve ser aceito pela maioria. E quando isso não acontece
apelamos de maneira baixa e rasa dizendo que sofremos preconceito. Chega a ser cômica,
para não dizermos trágica, a forma como tratamos o preconceito na atualidade,
colocando qualquer discordância mínima como um problema de ordem pessoal e
social, que nos denigre, avilta e destrói. Antigamente as pessoas sofriam em
condições muito piores que hoje e nem por isso vitimavam-se, muito pelo
contrário, fazia disso escada para melhorarem sua vida.
Como foi que
chegamos a este patamar? Fácil. Deixamos de ser incentivadores do conhecimento
e da crítica e nos tornamos compartilhadores de opiniões alheias, no melhor
sentido do termo “maria-vai-com-as-outras”. É simples, rápido e fácil pegar
carona em um pensamento primitivo do que entender a complexidade das coisas.
Enquanto isso, formamos uma geração de ignorantes, no sentido de ignorar o
mundo, as coisas e a vida. E a sinceridade? Ela deu lugar ao silêncio, afinal é
melhor calar-se do que mostrar o que realmente se pensa... No fim, há pessoas
não acostumadas com o intricado da vida que podem se inflamar com o que é dito
e haja anti-inflamatório para distribuição em massa.
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