O amor nos muda (e nos emudece)


Num passado não tão distante eu estaria aqui escrevendo que você só ama uma vez e que por mais que se encontre outra pessoa esta não conseguiria suplantar esse amor que já não era mais amor, e sim uma lembrança distante, porém presente. Mas nós crescemos e ainda que sustentemos firmemente que nossas escolhas e opiniões são imutáveis, devagar as coisas que sustentavam nossas teses são derrubadas tão rapidamente que não conseguimos salvar nada em absoluto no meio dos escombros.
Pois bem, hoje me sento diante dessa folha vazia e digo com toda convicção que estava errado. Difícil admitir isso. Existem sim amores, amigos, lugares, pessoas que são imortais, mas elas vivem em um tempo e em um lugar no seu livro da vida. Com algumas vai até o final, já com outras você deixa onde termina o capítulo, no fim da página perto do ponto final. Foi eterno enquanto esteve presente, mas agora é só uma lembrança, um ensinamento.
Complexo é escrever regras sobre o que é amar. O amor se renova, ele é cíclico. O amor pode ter outro nome que você deseja chamar até o final de seus dias. E assim como ele, os amigos recebem outra cara, os lugares assumem outra paisagem. Tudo se modifica, até o pensamento de que só se ama uma vez e que o resto de seus dias é a plena lembrança desse amor que se foi. O amor muda e você muda com ele. 

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