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Mostrando postagens de setembro, 2017

Mundo real

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A mania de idealização é muito humana. Sonhamos com o trabalho que nos fará felizes, com os lugares que queremos conhecer um dia e como será quando chegarmos neles, pensamos no amor ideal e idealizamos a vida perfeita dentro de uma construção que criamos em nossa mente. Mas o mundo imaginado não é nem de perto tão bom quanto o real, porque este nos surpreende e nos faz caminhar pelos terrenos mais improváveis e impossíveis. O mundo real nos tira da zona de conforto e faz com que nos adequemos a situações nunca antes idealizadas. Isso mexe com a gente de um modo inimaginável, porque passamos a ver as coisas sob o signo da realidade. O trabalho dos sonhos nem sempre será aquele que lhe dará o retorno pessoal que tanto almeja ou o amor de sua vida nem sempre será um príncipe encantado ou uma garota capa de revista. Sonhar não custa nada, já dizia o dito popular, mas viver se surpreendendo com as mágicas da vida real, não tem preço. 

O dia em que fui mais feliz

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O vento soprou o cheiro de morte que a vela emanava em ti. Morte em vida e das piores. Vestirei luto por sua ida, colocarei um véu sob a cabeça por longos dias, levantarei seu caixão com uma força hercúlea da qual não sabia que tinha, chorarei como carpideira paga para o serviço, jogarei o primeiro palmo de terra em sua cova e me despedirei de seu corpo putrefato em jazigo raso. Depois dessa cena digna do Oscar de melhor atriz, sorrirei a alegria de sua partida, agora livre das amarras que me impunha, entoarei hinos inaudíveis e proferirei palavras chulas apenas pelo prazer de dizê-las, assim, em voz alta. Talvez faça uma festa que deixe Baco envergonhado, talvez conheça o mundo inteiro em suas piores facetas, talvez conheça corpos de todas as cores e sabores e outros olhares desde os mais pudicos aos mais sacanas, talvez... É, estou mais feliz sem você.   Júlia Siqueira

Crescer dói

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Crescer dói. É uma dor que rasga a alma e nos faz deitar por horas em posição fetal ouvindo qualquer faixa melancólica de Adele em volume máximo. Cadê meus pais para me tirar dessa enrascada? Cadê aqueles que iriam me proteger por toda a vida? Vazio. Olho pro lado e não vejo ninguém, olho-me no espelho e vejo refletido ali a imagem de alguém que não é capaz de resolver seus próprios problemas, mas terá que fazê-lo mesmo assim. Crescer dói e é uma dor recorrente. Trabalhar para pagar as infinitas contas que se multiplicam no aparador da sala, cozinhar seu próprio alimento ou viver de fast-food por longos dias até se tocar que precisa colocar toda sua força em se levantar para fazer as compras da semana.  É limpar sua casa ou apenas juntar as roupas lavadas em uma cadeira ao lado da cama e olhá-las por horas sem ânimo para organizá-las no guarda-roupa. Crescer dói e você precisa se curar sozinho, seja quando o seu coração foi partido ou quando as gripes te derrubam tanto que mal