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Mostrando postagens de julho, 2019

Crianças crescidas

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Quando éramos crianças, nos ensinaram a ser educados com as pessoas. Entretanto, com o tempo isso foi esquecido, uma vez que constantemente somos agressivos com o outro, cruéis até, e tratamos de justificar nossas grosserias ora como liberdade de expressão, ora como merecimento do alheio de ouvir “certas verdades”. E na escolinha, ensinaram-nos a repartir o lanche, os materiais, os brinquedos, mas a cada centímetro a mais na régua que nos media, aquelas que nossos pais colocam atrás das portas para acompanhar nosso crescimento, o nosso egoísmo só aumentava. Disseram também que mentir é feio, mas nos apegamos a inventar situações e coisas de tanto ver os mais velhos que no fim acabamos nos tornando metralhadoras de inverdades que disparam loucamente os maiores absurdos e as maiores farsas. Sim, fracassamos como crianças crescidas. Porque deixamos de ser únicos para sermos iguais aos outros. 

Colonizados

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Eles vieram fazer aqui sua bagunça. Suas casas continuavam intocáveis, como bons religiosos que eram, deixaram suas matas virginais, mas aqui atuavam com devassidão e luxúria retirando de nós o que existia de mais sagrado. Nos violaram de todos os modos.  Transformaram nossa natureza em aberração, a alegria que tínhamos precisava ser contida, nossa língua modificada.  Em suas casas nada. Aqui tudo.  Nos largaram como um homem larga a prostituta depois do gozo, suja de todo o seu furor, sem esperar que ela se recomponha. Usada como objeto para desejos vis. Deixaram em nós o pior deles. Retiraram de nós o melhor que tínhamos.  Deixaram-nos.  Sós.