Colonizados
Eles vieram fazer aqui sua bagunça. Suas casas
continuavam intocáveis, como bons religiosos que eram, deixaram suas matas
virginais, mas aqui atuavam com devassidão e luxúria retirando de nós o que
existia de mais sagrado. Nos violaram de todos os modos.
Transformaram nossa natureza em aberração, a
alegria que tínhamos precisava ser contida, nossa língua modificada.
Em suas casas nada. Aqui tudo.
Nos largaram como um homem larga a prostituta
depois do gozo, suja de todo o seu furor, sem esperar que ela se
recomponha. Usada como objeto para desejos vis.
Deixaram em nós o pior deles.
Retiraram de nós o melhor que tínhamos.
Deixaram-nos.
Sós.
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