Eu: matéria indefinida
Tem dias que
quero ser eu. Eu próprio, primeira pessoa do singular em totalidade, sentindo
cada pedaço meu até enjoar de mim. Escrevo cartas, traço rotas, ouço músicas
ruins e outras tantas incríveis, começo um livro que abandonei em algum lugar
da vida, rabisco palavras incompreensíveis. Viajo em mim na compreensão de que olhar
para dentro, ainda que de vez em quando, me leva a lugares e paisagens que eu
ainda não registrei na memória. Jogo os braços ao lado do corpo, respiro fundo,
paro de atuar, cancelo a performance. Ali em algum lugar de mim há um eu
escondido, que não é nada daquilo que todos veem ou sabem, é meu estado puro.
Matéria indefinida.
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