Fim de um ciclo
Hoje terminou pra mim mais um ciclo de aprendizagem com a conclusão do meu estágio na Educação de Jovens e Adultos. Entrei com um pensamento e saio com outro totalmente diferente. Antes eu fazia graça, dizendo o que é que gente velha quer na escola, aprender a ler e escrever pra escrever a própria lápide (garoto mau-caráter) entre outras coisas, mas hoje enxergo que essas pessoas que estão buscando o aprendizado como nós mais jovens também buscamos, querem ter condições de vida melhores como nós também queremos e acima de tudo nos mostra que nunca é tarde para aprender.
É ali que nós podemos perceber que ainda existe salvação para a educação no nosso país, pois embora não existam políticas de apoio nem um projeto eficaz para essa modalidade de ensino, muitos professores fazem das “tripas coração” para levar a esses alunos uma forma de aprendizado digno como para qualquer outro.
O reconhecimento do trabalho de todos esses meses foi através de um bolo. Um simples bolo que podia significar muito pouco para as outras pessoas, mas que significou muito pra mim, principalmente quando uma aluna me disse que nem sempre a minha trajetória seria doce como aquele bolo, mas que ao lembrar-se dele nos momentos amargos tudo se tornaria mais fácil.
Caio Fernando de Abreu diz assim em um de seus contos: “Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol...”. Eu, porém digo, que seja bolo. Repetirei todos os dias ao entrar em sala de aula.
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