O sabor de ter os sete pecados


À noite não conseguia pregar os olhos imaginando o carro novo que meu vizinho estacionara na porta de sua casa hoje à tarde. Era um Land Rover, e só de lembrar dele e da cara de satisfação e alegria do meu vizinho em tê-lo meus olhos faíscam indo de um tom vermelho de ira à inveja mais escura que a cor do veículo. Enfim consegui pegar no sono. Os raios de sol, no entanto, começou a entrar pelas frestras da cortina, anunciando que precisava levantar. Era difícil fazer isso todos os dias, afinal os lençóis egípcios me acostumaram mal e minha amiga e fiel escudeira a preguiça era uma companheira e tanta me aconselhando a descansar mais, a tirar o dia todo para não fazer nada, mas tinha que levantar naquele dia em especial para adquirir um carro novo.
Desci para tomar café, comi dois croissaint, tomei dois copos de suco e comi uma maçã, comi por gula mesmo, estava sem fome. Levantei, subi até meu quarto, abri o closet mais não encontrei nenhuma peça que condizia com a compra que estava prestes a realizar. Desci de pijama, peguei as chaves do meu Audi e com ele me direcionei para uma boutique de roupas. Lá, me entreguei à vaidade de comprar roupas novas. Estourei um cartão com todas as compras, mas isso me satisfazia.
Ao final do dia, estacionei o meu novo carro, uma Ferrari, na porta da minha casa. O olhar abutreiros dos meus vizinhos me animavam, me alegravam. Entrei em casa, dei folga aos empregados e me entreguei aos cuidados de um profissional do sexo. Sexo por sexo, luxúria por luxúria, sem beijos ou carinhos, afinal sou avarenta em sentimentos. 

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