Roupas sujas, xícaras quebradas, ursos de pelúcia doados para crianças carentes, gavetas bagunçadas, mensagens apagadas, cartas rasgadas, músicas excluídas. As outras coisas, foram colocadas em um enorme saco de lixo preto, não me dei ao luxo de selecionar para a reciclagem, vão todas para o mesmo destino. Acordei, lavei o rosto, tomei banho de mar e deixei que as ondas me entregassem à exaustão com as suas fortes batidas. Cheguei ao centro da cidade com gosto de mar na boca e a areia da praia em meus pés. Comprei um novo perfume, novas roupas, uma xícara que dizia eu me amo, pulei corda com as crianças da rua, ensinei brincadeiras novas a elas, escrevi cartas sem remetentes a quem amo, mas não coloquei no correio, baixei novas músicas para o meu MP4, arrumei as minhas gavetas, limpei a minha casa, limpei a minha alma, suei a tristeza acumulada no tanque de roupas. Sorri pra um velho amigo, liguei pra minha tia que mora em uma cidade que não sei pronunciar o nome, bebi dois goles de