Eu e o papel
Só em olhar a brancura com que se pinta uma profunda paz me invade a alma, como se estivesse me esvaziando das minhas angústias internas e regurgitasse no seu branco a escuridão de alguns sentimentos que me acometem, mas que nem sempre são escuros como estes que sinto hoje.
Quando falo de amor as folhas de papel assumem uma tonalidade vermelho escarlate e corações invisíveis corporificam uma atmosfera de ternura e de compreensão, até de saudade, às vezes. Outras vezes, porém, o papel vive o azul do carinho, o laranja das alegrias e felicidades, o roxo de indignação e de os marrons de tristeza e raiva. E ele, o papel, pacientemente recebe todas essas informações e sentimentos, idéias e protestos como aquele amigo que silenciosamente entende o que falamos sem nos julgar ou proferir algum comentário a respeito.
Quais são as cores para hoje? Ao final do dia quem sabe eu lhes conto...
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