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Mostrando postagens de 2013

Enquanto

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Enquanto eu estiver lhe procurando pelas ruas, vielas, travessas e bairros dessa cidade, eu me importo com você. Enquanto eu estiver falando horas contigo, reclamando, chorando, gritando, sofrendo por ti e vivendo para ti, eu me importo contigo. Enquanto meus olhos cruzarem o seu buscando ali naquele universo castanho uma luz pra me guiar, saberás que estou direcionando o seu querer para ser o meu guia. Mas saibas, que quando isso já não mais existir, quando todas as luzes da casa forem apagadas e só restar o latido do cachorro no quintal, e tudo ali for um total silêncio, pode entender ou busca uma forma para compreender, que tudo isso que existia já não é mais nada.

Alcoolicamente verdadeiros

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Pessoas bêbadas dizem mais a verdade. E como cheguei a essa conclusão? Bebendo é claro. Os bêbados tem uma atmosfera que os permite dizer aquilo que vem em mente e em seu coração sem o filtro da razão e da sobriedade que anda nos deixando caretas e frios. Se um bêbado diz que te ama ele é verdadeiro, embora que a sociedade o tenha “imposto” a não dizer quando sóbrio, o álcool porém o impulsiona a dizer o quando ébrio. Bêbados são verdadeiros, não omitem a verdade, se é, é, se não é, é porque não foi e nunca será aquilo. Por isso prefiro os bêbados pela sua sinceridade cortante, pelas suas palavras sinceras. O mundo precisa submergir um pouco no álcool e parar desse medo crônico de omitir coisas e não falar o que precisa ser dito. Precisamos de mais bêbados, ainda mais daqueles que não precisam ingerir uma só gota de bebida alguma. 

Foda-se o amor

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Não adianta falar, dizer-se apaixonado, demonstrar todo o afeto existente em você se o outro não quer nem saber ou demonstra pobremente com o uso daqueles emoticons idiotas o que você quer saber com palavras, mesmo que escritas, mesmo que enganadoras, mas palavras. Amar é completude. Amar é vender a sua alma a alguém pelo preço de quase nada. Mas se ele não compreende isso, mande ir à merda e pare dar audiência a gente que não dá em sentimento nem que o gato deposita na caixinha de areia. Júlia Siqueira

Só pra você saber

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Onde escrevo que te amo pra você entender? As demonstrações não estão sendo suficientes ou o que é dito não está sendo claro. E-U-T-E-A-M-O. Será necessário tatuar no corpo o que já está tatuado na alma? Ou picho todos os muros clandestinamente bem nos trajetos que você faz pela cidade. Escolha, me diga, mas não me aflija com tamanho silêncio. Me fala, dá-me uma dica do que é preciso ser feito para lhe tirar desse estado de coma induzido por tanto estudar que não te faz enxergar aquilo que todos ao nosso redor já perceberam: que a cada dia que passa mais aumenta essa minha vontade de ser só seu. 

A sofredora

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Sofro todas as dores do mundo. São dores lancinantes que rasgam o meu ser como faca afiada de um açougueiro, desfazendo minhas entranhas e cortando minha alma em postas a ponto de me levar ao completo abate, abatendo-me de tal forma que perco a vontade de viver, ver a luz do sol ou sentir a brisa do vento tocar minha pele. Metade de mim é dor a outra metade nem sei. Dor de amor que dói e não se acha a origem, dor de desilusões, dor de verdades escondidas como sujeira embaixo do tapete escondida por empregada preguiçosa. Dor de incompreensão, dor de esperas. Dor.  Sou sofredora, eu sei. Todos sabem. Infelizmente carrego as dores do mundo e por isso não consigo deixar de assim ser.

Meu alvo é Cristo

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Jesus quando andou pela Terra não o fez por exortação de sua figura, nem muito menos para se exibir como fazedor de milagres, ele realizava suas obras de acordo com a necessidade dos que o procuravam de forma livre e desinteressada. Ele não fez acepção de pessoas, deu a cada um, ricos e pobres a escolha de o seguir, mas os alertando que essa escolha era árdua e difícil. Miremos nossas vidas na vida do Cristo, não falo o Filho de Deus, numa mera tentativa de dissociar as duas imagens, mas naquele homem, filho do carpinteiro e da dona de casa que saiu de seu lar para pregar às pessoas uma boa notícia, a notícia de que o amor pelo próximo salva. Nós como homens e mulheres seguidores desse Cristo que se fez homem para dignificar-nos é temos nossa imagem um espelho da vida do Cristo, ainda que um espelho difuso? Ou propagamos a imagem dos que usam o nome de Cristo para aparecer para a sociedade? Reflitamos sobre isso antes de qualquer ação.   “Nem todo aquele que diz Senhor,

O amor é brega!

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O amor é brega como filme de sessão da tarde, show de Amado Batista ou ver Silvio Santos no fim de um domingo sentado no sofá da sala com os avós degustando um balde de pipoca queimada. O amor é brega como namoro de portão vigiado pelos pais, livro de autoajuda barato e cd bíblico do Cid Moreira. O amor é brega como pinguim em cima de geladeira, decoração com garrafa pet e calça listrada com camisa xadrez. O amor é brega, e ser brega é amar. O amor espera sorrateiro, até despontar em um belo dia (ou não tão belo assim) para nos deixar amplamente reféns dele, que contraditoriamente nos aprisiona e nos liberta. Nos vemos escrevendo extensas mensagens melosas, nos pegamos associando músicas a momentos, nos apegamos a cheiros, lugares e pessoas, presos a apelidos infantis e rindo a toa como se estivesse ouvindo com auxílio de um chip ou aparato tecnológico qualquer uma comédia stand-up que não tem fim. Mas não é ruim. Ruim é viver amargurado, colecionando misérias e desgraças, chora

Sedes imperfeitos!

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Então você procura um ser perfeito: alto, cabelos negros, olhos amendoados, sorriso desconcertante, forte. OK. Fácil de arrumar. Temos disponibilidade no mercado de uns 100 ou mil que podem preencher esse pré-requisito, mas daí um pouco você perceberá que esse cara ideal não aguentará te ver sem maquiagem, acima do peso e com as unhas sem pintar. Perceberá que o seu Ken quer uma Barbie e você nem pra uma Suzy tá prestando. E assim vai se frustrar e ver que a vida não é feita apenas de estereótipos físicos, mas sim de pulsar, de realidades e de pessoas comuns, dessas que pegam ônibus lotado e que você encontra em filas de padaria. Que o mundo não se resume em academia, aplicativos de Iphone e baladas sertanejas, e entenderá finalmente que as pessoas das quais você tem desejo de se relacionar estão brincando com seus cachorros ou lendo algum livro como qualquer pessoa normal, fora desse glamour que a vida foi pintada pra alguns.  E vai ser que é naquele nerd de altura mediana, riso fr

Não, eu não farei...

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Não, eu não irei ficar na sua frente vestido de palhaço tendo uma placa dizendo que te amo pendurada no pescoço, muito menos colocarei um carro de som, nas ruas da cidade ou em frente ao seu prédio, noite e dia, para que assim você compreenda que eu gosto de ti. Não, eu não irei pichar o muro do seu trabalho com refrões de Chico ou Roberto, não irei colocar faixas com sonetos de Vinicius ou poemas de Drummond, próximo ao sinal de trânsito do lugar onde você almoça todos os dias quando sai do seu escritório. Não, eu não irei jogar flores no seu caminho, não comprarei todos os chocolates de uma loja e te darei de presente, não cantarei as mais belas canções de Caetano na pracinha em que vais com as amigas. Não, não farei nada disso para que veja o que é óbvio: TE AMO, assim em letras gigantes que possam cobrir-te inteira e te faça finalmente entender o que não consigo explicar. Não, eu não irei fazer nada disso, mas pra quem te ama tanto como eu, má ideia não seria.

Não viva acreditando nisso!

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Não viva acreditando que todas as pessoas do mundo gostarão do seu jeito de ser, porque isso é uma grande ilusão, maiores até daquelas que alimentamos por amor. Algumas pessoas simpatizarão contigo automaticamente, outras se acostumarão com a sua presença e outros ainda te odiarão pelo simples fato de existir. Não nascemos para o agrado de todos, afinal seria chato viver em um mundo em que todos nós estivéssemos afinados uns com os outros. Mas temos que aprender a conviver. Lembro-me da fábula da convivência que dizia que numa era glacial os porcos-espinhos teriam que abraçar-se e suportar os espinhos do outro os perfurando para sobreviver. Suportar espinhos ou alguém, não significa amar ou ser falso, significa que você tenta alguma coisa para que exista paz. Se nós pensássemos/ agíssemos assim...

Coisas simples

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Se eu tivesse a roda do destino em minhas mãos faria com que o vento dissipasse todas as incertezas que afastam nossos corações como barcos à deriva em mares agitados. Mas como não tenho logo me resta esperar. Esperar que as nossas correspondências sejam trocadas por um carteiro desatento e num dia incomum você bata em minha casa pedindo de volta. Ou que tomemos o mesmo rumo ao ir trabalhar, que passemos uma chuva debaixo da mesma marquise, olhos se cruzando timidamente enquanto o céu desaba. Não peço nada de tão extraordinário, desejo apenas coisas simples, mas que me façam ao menos ter um pouco de você por perto.  

Pedido

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Não há pedido mais simples e paradoxalmente mais difícil em por em prática que o feito por Jesus: amem-se uns aos outros. Simples, à medida que soubéssemos entender o outro, pensando em como nós agiríamos caso fosse conosco ou levando em consideração o dito popular “não faça com os outros, o que não se quer pra si”, e, difícil porque infelizmente ainda não chegamos a esse grau de elevação moral.

Você não quer

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O que queria agora mesmo era ter seu corpo pesando sobre o meu, respiração ofegante, coração disparado, beijos descontrolados, prazeres latentes, arrepio com o toque. Queria te encher de carinho, te cobrir de amor e depois lhe despir de palavras bonitas e novamente cobrir com sentimentos lindos e profundos. Queria: verbo querer conjugado no pretérito. Eu queria, no entanto, você não quer.

Erro

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Errei uma, duas, milhares de vezes, que nem o maior soroban* conseguiria calcular com precisão a quantidade. Errei quando deixei que você fosse inquilino da minha bagunçada, mas querida casa: meu coração. Errei quando permiti que seu sorris o inebriasse a mente, povoasse meus sonhos e me fizesse de tola. Errei e constato: os erros poderiam às vezes não beijar tão bem ou não marcar tanto assim. Júlia Siqueira *Soroban é um instrumento de cálculo, mais conhecido por seu uso no Japão e na China, que é formado por uma moldura com bastões ou arames.

Uma história sobre amizade

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Em minha casa, há um tempo, apareceu um filhote de porco-espinho. A minha gatinha criou certa amizade com ele deste então, não se separando dele um só instante, de modo que onde um estava o outro também ali se encontrava. E de tanto grude, chegava a ser era engraçado vê-los, dois seres diferentes ligados por uma união tão bonita. Mas eis que um dia quando já crescido, o porco-espinho, como lhe é de natureza, arremessou um de seus espinhos e machucou a gatinha. Ela ficou assustada, recolheu-se num canto, não o procurava mais, já não brincavam mais juntos. O espinho ela não conseguira tirar, nem ao menos me deixava ajudar a lhe livrar daquele incômodo. Passaram-se os dias e de repente no canto da sala, vejo os dois novamente juntos, o porco-espinho na tentativa de tirar o espinho que deixara outrora na amiga enquanto ela fingia dormir. E desde então não nos separaram mais. Assim somos nós. Às vezes é preciso retirar os espinhos e seguir em frente. Recuar é bom, mas não ti