Lembranças
É madrugada, chove lá fora, então decidi pegar
a velha agenda que fica ao lado da minha cama e escrever alguma coisa, riscarei
apenas meu nome ou quem sabe vou somar as contas do mês – pensei, mas no mesmo
instante, como por mágica, você vem e se torna protagonista do meu pensar. É
engraçado como depois de tanto tempo separados ainda consigo te ter por perto
(é, desse jeito irônico, paradoxal e contraditório). Ainda conseguimos por
telefone, das poucas vezes que ainda nos comunicamos como “amigos”, dizer as
mesmas coisas juntos em uníssono, rir disso e depois “brigar” pra quem irá
responder a pergunta “e aí, você tá bem?” primeiro. Na verdade a minha pergunta
ainda continua assim “Ei, sabia que eu ainda te amo?”
Continuando, acho que o mais intrigante de
tudo, de toda essa história que por vezes me deixa fora de mim, é o fato de não
termos registros. Uma foto juntos, um nome entalhado numa árvore de praça, nada.
Porém, trago tudo aqui guardado nessa mente que não esquece detalhes da minha
festa de 1 ano e que também não esquece o meu primeiro bilhete guardado na sua
carteira entre os cartões de banco ou da senhora simpática que se afeiçoou na
nossa última viagem.Tantas coisas essa minha mente me faz lembrar, tantas
coisas eu faria pra lembrar você que há ainda tanto amor aqui e é só seu...
Quem sabe um dia recuperamos a memória perdida
ou seguiremos (seguirei) em frente e lá percebamos (perceba) que tudo de agora
são apenas lembranças.
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