A gata e o periquito: Uma fábula de amor
Uma gata se
apaixonou por um periquito e esse amor tão inusitado era a coisa mais linda de
se ver. O periquito cantava todos os dias para acordar sua amada e com o bico
fazia carinhos nela e ainda lhe catava as poucas pulgas que tinha. Algumas pessoas achavam aquilo loucura, claro
que um dia a gata mataria o periquito, afinal esse era o seu instinto, outros,
porém achavam fofa a relação dos dois.
Mas um dia o periquito cansado das críticas
dos os outros animais e da sua própria espécie, viu em outro pássaro a
possibilidade de viver um amor mais correto, mais padrão, menos criticado e
quem sabe mais feliz. Tentou, tentou, mas não conseguia esquecer a gatinha que
tanto amava. Mas mesmo amando não deu o braço a torcer. Vou continuar tentando,
- dizia ele, quem sabe um dia acerto e me apaixono novamente.
A gatinha ia
todos os dias se deitar embaixo da sobra da grande mangueira, palco de tantos
encontros dos dois. Ficava ali por horas na esperança de vê-lo passar. Quando
se encontravam, conversavam coisas triviais, perguntavam coisas vazias, não se
cumprimentavam direito, evitavam um ao outro, faziam-se de fortes.
Mas certo dia,
cansada de tanto dar murro em ponta de faca, a gatinha resolveu agir, disse que
ia sumir e foi ver o seu amado periquito, para lhe dar a notícia.
- Vou embora!
- Pra onde?
- Não sei. Só
saiba que eu te amo de verdade e vou continuar te amando sempre.
- Eu também.
- Também o
que?
- Te amo e
decidi ir embora com você.
E assim se
foram, caminhando pela longa estrada à sua frente. O periquito no lombo da
gatinha entoando lindas canções de amor. E viveram felizes num lugar só deles,
onde o amor era mais forte que as suas visíveis diferenças.
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