Amar-te até a morte.
Eu já vi o mundo desabar tantas vezes
que, às vezes, parece que o mundo foi feito mesmo para gente se desfazer. Ainda
não havia aquela vontade vital de ser imortal porque a morte naquele momento
parecia um confronto distante entre o que eu sinto agora – nesse instante – e o
que você sente quando quer reviver o que já fomos antes.
(sem
ressentimentos)
Mas o amor também morre, meu amor; e a morte também
ama, minha morte. E é no elo desse duelo desesperado que a gente decide se quer
continuar fraco no amor ou se entregar forte até a morte.
Tanto faz!Amar ou morrer é um pouco igual. É
poder ser sincero e aceitar que nunca seremos para sempre.
Tanto jaz!Morrer ou amar tem um
quê de banal. É querer ser inteiro e se despedaçar meio a meio como nunca.
Eu sei, é difícil, nunca foi fácil
discernir o que é de verdade do que é de sentir… É que eu já vi a morte
desabar tantas vezes que, às vezes, amar não me parece tão ruim assim. É que eu
já vi o amor desabar tantas vezes que, às vezes, morrer não me padece tão ruim
assim. Acredito ter visto, no meio
de tantos escombros, meus ombros, seus olhos, meus poemas, suas coxas, meus
problemas, seus cílios, nossos filhos (que filhos?), nossas contas, nossos
contos e os ossos, teimosos!, das nossas alegrias. Ouça: a dobra do seu sorriso
ainda me ri: “desdobre-se, meu amor, desdobre-se na morte para me reconstruir
longe daqui, perto de ti, em mim”.
Eu Me Chamo Antônio
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