Despeço-me
Despeço-me do
que fostes pra mim um dia. Despeço-me das palavras ditas, dos planos feitos e
dos beijos roubados. Despeço-me até das despedidas com toda a redundância. O talvez
se tornou palavra constante entre os sins e os nãos e eu nunca gostei do morno,
do meio termo, da possibilidade, do subjuntivo, preferindo sempre as certezas da
vida do que suas dúvidas cruéis e cheias de possibilidades ruins. Então,
despeço-me com o gosto de quero mais, tendo os sonhos na gaveta, passagens de
ida na mão, o coração apertado, mesmo acreditando estar fazendo a coisa certa.
Júlia
Siqueira
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