Por ser mulher...
Sou
apartidário e há tempos incorporei às minhas ideias não votar em ninguém que
apresente mais do mesmo. Hoje, entretanto, me inquieta ficar calado. Lembro-me
que em 2010, os veículos de comunicação de massa saudavam, em um feminismo
quase uníssono, a entrada da primeira mulher presidente do nosso país. Hoje
passados quase cinco anos do seu governo (eleita e reeleita ano passado) percebo
que os discursos daquela época era apenas euforia de momento. Hoje vemos
latente a falta de respeito que se há com uma mulher, que independente das
situações de corrupção crônica no Brasil, tenta aprender o serviço que lhe foi
designada pelo povo, só que embaixo de xingamentos de uma população que ela
representa, mas que não a respeita.
O que eu
questiono e analiso nestas linhas é que somos ainda ligados a valores
patriarcais arraigados, pairando no nosso inconsciente coletivo de
maneira esdrúxula e vil. Uma mulher não serve para governar um país, ela tem
que sair, uma mulher não dá conta dos serviços fora de casa, mulher foi feita
pra lavar, passar, cozinhar e dar, fora disso qualquer erro é falta de
competência em assumir um cargo que ela não tem culhões para enfrentar. Um
homem nas mesmas condições não enfrentaria tamanho preconceito. Um homem nas
mesmas condições não seria achincalhado. Por quê? Simplesmente porque ele é
homem. Não é sobre não ser competente, é por ser mulher.
Nisso eu
sinto certa pena da presidente, não em relação a sua situação política atual,
não pela crise política ou pela situação econômica, e sim por ser uma mulher
sendo massacrada por todos os lados sem nem o direito de usar a Maria da Penha
em seu favor. Porque um tapa dói na carne já palavras doem na alma.
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