Tantos aviões ainda caem...
Todas as
vezes que nos deparamos com uma situação como a da tragédia com os jogadores do
Chapecoense, vemos quanto as nossas vidas são efêmeras, fluídas e estão
longe do nosso alcance. Mas saindo do clichê de consternação e tristeza
coletiva, na qual mergulhamos nos últimos dias, fico me perguntando sobre
quantos aviões caem em forma de filas imensas em hospitais sucateados Brasil
afora? Quantas crianças abandonadas nas ruas são enxotadas de calçadas de
grandes prédios por pessoas que querem criminalizar o aborto? Penso, ainda, nos
aviões que caem a cada tiro de bala perdida recebida por um pai de família que
saía para trabalhar para, assim, trazer o sustento de seu lar.
Mas tais coisas se
tornaram tão corriqueiras que passam a ser banais, de modo, que apenas em momentos terrivelmente trágicos aquela centelha de humanidade que ainda nos
resta consiga colocar-se pra fora. Sonho, todos os dias, com uma vida mais
humana para todos nós, um momento que o nosso afeto seja diário e não apenas
pontual.
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