O amor tem dessas coisas
Sempre me perguntei qual é a mágica dos casamentos
duradouros. Resiliência, paciência e amor. Na paixão tudo é novidade. O sexo é
inédito, estar ao lado de alguém que se gosta é uma montanha-russa daquelas em
que há muito medo em cada manobra, mas também um desejo imenso de ficar.
Passado o conhecimento e o reconhecimento sobra o que? Sobra o distanciamento e
a busca dessa paixão montanha-russa, usar outro corpo novo e manobrá-lo com
medo e com vontade ou apenas o amor. É ele que fica quando a tempestade dá
lugar a bonança.
O amor é aquele vírus que muda o nosso DNA e faz
com que a gente descubra uma síndrome de cuidado alheio. Nos vemos preocupados
com o que a pessoa come e se come, se dormiu bem, como foi o seu dia e num looping infinito essas preocupações
tornam-se parte de nós, uma vez esse vírus alojado. E fica. O amor é paciente e
resiliente. Ele consegue fazer com que compreendamos que não conseguimos
modificar ninguém, mas faz com que sejamos capazes de cuidar de duas pessoas ou
mais. Às vezes o amor nos multiplica e nos divide enquanto continuamos a ser
inteiros. Ele desobece as lógicas matemáticas. É... o amor tem dessas
coisas.
Comentários
Postar um comentário