Que Deus perdoe quem não gosta de Carnaval
Pego um ônibus lotado para me deslocar por 15 a 16
horas da cidade onde moro para Salvador. É o meu quinto ano consecutivo de
folia na capital baiana e eu sei que não me sentirei nem um só momento
desapontado. Chego. Começo a ver flashs
sobre o Carnaval na Tv. Salvador para nessa época é uma outra cidade. Chega à
noite, o metrô cheio, fantasias diferentes passam por mim, diabinhas e anjos
andam juntos no mesmo espaço, sinto a energia de quem quer apenas pular atrás
de um trio elétrico. Chego. De longe o farol brilha onipresente. As ruas
lotadas. Luís Caldas, o pai do axé, se aproxima com seus sucessos, até chamar a
atenção dos foliões para a música que iria começar a tocar: “Ah, imagina só que
loucura essa mistura, alegria, alegria é um estado que chamamos Bahia”
(arrepio). Sim, cheguei oficialmente no melhor Carnaval do mundo. Essa música
diz que a Bahia não é apenas um estado da federação e sim um estado de
espírito. E eu queria que todo ano esquecêssemos dos nossos problemas reais e
nos déssemos esse luxo de fazer do ano inteiro, fevereiro, Carnaval. Viver uma
fantasia eterna de que somos um povo feliz em meio ao caos e ao
sofrimento. Mas tem gente que não gosta dessa época. Que Deus perdoe essas
poucas pessoas ruins.
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