Poesia sua


Quando leio Augusto dos Anjos, nunca sei se ele é parnasiano ou simbolista, talvez realista ou profeta, ou muito dos dois ou nada disso. Não concluo, apenas permito dizer que ele poderia me ter conhecido em botequim por aí, caída, vencida, jogada aos vermes, hipocondríaca, escarrada (não beijada). Sou uma poesia de lixo. Sou uma quimera. Sou aquilo que nem sei. Sou? Talvez. Sou incertezas, um vento que se agitou em algum canto distante do globo, a incerteza de muitos e a verdade de poucos. Hoje me sinto vencida. Hoje nem me sinto. Desculpe a ousadia grandioso poeta, acho que sou uma poesia sua.

Júlia Siqueira

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