Desconstruir-se para reconstruir (A bolha)


Tem dias que pensar dói, contudo necessário, e hoje decidi voltar meu pensamento em como nós precisamos todos os dias desconstruir coisas e conceitos para que possamos viver de maneira honesta aquilo que desejamos realmente ser. 
Quando nascemos nos dão um papel social, nos vestem com roupas escolhidas por nossos pais, que acabam por tomar outras decisões por nós, tais como nossa religião, a escola que estudaremos e outras coisas mais. Longe de criticar aquilo que nossos pais idealizaram e sonharam para nós, mas imagina como seria se nós pudéssemos ser ao menos ouvidos em situações que envolvem tão somente a nossa vida? Será que escolheríamos ser atores encenando papéis idealizados por outros?
Com o tempo as idealizações migram dos nossos pais para o meio no qual estamos inseridos e aí um número maior de pessoas começam a nos exigir coisas que não queremos seguir ou que não achamos legais, mas para não nos sentirmos isolados em um mundo já tão cruel para quem tem “amigos” acabamos por acatar em silêncio. Então topamos seguir dietas mirabolantes para se assemelhar ao modelo mais seguido do Instragram ou cursar a faculdade mais concorrida, mesmo sem vontade. E vivemos o papel do outro e não o nosso e nos apequenamos para que os outros consigam crescer, uma vez que já são mínimos perto dos desejos e projeções de outras pessoas.
Mas a desconstrução vem. O dia de questionar chega e a gente se pergunta como conseguimos viver tanto tempo seguindo as ideias de outras pessoas e como deixamos que os nossos sonhos fossem sufocados e então tomamos as rédeas da situação e passamos a escrever as nossas falas, cheia de erros e discordâncias, porém com uma verdade absurda. Acabamos ecoando, brilhando, e a nossa luz e o nosso grito atingem outras pessoas e percebemos que não estamos sós. Formamos uma bolha, frágil, irregular e real. Renascemos, pois sabíamos quase nada e estamos dispostos a aprender. Desconstruir-se para reconstruir, essa é a lei. 

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