O falso sábio
E sabia coisas sobre o funcionamento do universo,
versava sobre literatura alemã, estudou os pré-socráticos, fazia Reiki e
meditava todos os dias. Comprava livros de filosofia contemporânea e
psicanálise, pensava em escrever artigos sobre mitologia nórdica, lia
vorazmente os russos, possuía conhecimentos profundos sobre a ayurveda e medicina tradicional chinesa.
Viajou mais de 30 países nos últimos anos, falava fluentemente seis ou oito
idiomas – não me recordo -, ouvia Bach no som do carro e me disse, uma vez, que
já havia tido contato com óvnis.
Mas nunca teve contato consigo.
Conhecia tudo e desconhecia a si mesmo.
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