Quero ver se você suporta!
E hoje me encontro só, mesmo acompanhada,
sinto as pessoas esbarrando a meu redor e me vejo inerte com preguiça de
caminhar, afinal não sei qual rumo tomar, por qual dessas vielas seguir, sem
saber quem irá me acompanhar. Pergunto-me, para onde vou? Não sei. Escuto o
silêncio cortante não me dizer coisa alguma.
Um dia eu tive você ao meu lado, presença que
preenchia todos os vazios e me fazia entrar em ebulição cheia de mim e de ti, e
de um nós que hoje já não sei se existe. São cobranças para que eu mude aquilo
que um dia me deixava livre e te fez se apaixonar por mim, é uma ideia fixa de
que todo e qualquer ser vivente me quer, me deseja, e a necessidade de que eu
seja um troféu em constante exibição dentro de um nicho blindado. Nicho seu, para
admiração alheia e tristeza e aprisionamento meu.
Alguém me esbarra e eu caio. Derrubam junto
com meu corpo os dolorosos delírios que tomavam a minha mente. Acordo. Desperta,
decido que não preciso de ninguém para me dizer qual rumo tomar, caminho por
entre carros e pessoas e sons de trânsito caótico pelas ruas dessa selva de
pedra, o silêncio agora grita no meu peito a ponto de me ensurdecer: ele me diz
que eu não preciso de você.
Paro
e sigo
feliz
(Quero ver se você suporta!).
Júlia Siqueira
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