Carnavalizamos


“Pra libertar meu coração eu quero mais que o som da marcha lenta, eu quero o novo balancê, o bloco do prazer que a multidão comenta...”
Carnavalizamos. Uns viajaram, outros ainda descansaram, mas muito curtiram a folia da carne. Sim, o Carnaval é quando deixamos a nossa carne mais exposta, quando esquecemos que somos pessoas sérias trancadas em escritórios com ar-condicionado siberiano e nos entregamos ao calor de outros corpos e somos destituídos de qualquer mera vaidade. Fantasiamos a nossa tristeza e travestimo-nos de alegria. Em alguns dias a dor é deixada no canto da sala para nas cinzas – ressaca no corpo e paz na alma – voltar a ser utilizada.
Essa é a máxima da folia: esquecimento. Não podemos e nem devemos ser sérios todo o tempo, graves por todo o sempre e por isso um pouco de leveza é importante. Sem julgamentos, sem preconceitos, nus de nós mesmos, esquecendo que o mundo rui ao nosso redor enquanto o nosso coração só quer a paz de ser alegre consigo mesmo por poucos dias, mas que poderia ser eternidade.

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