Mentiras sinceras
Nunca
tive medo de dizer o que penso, o que vai ao meu coração, na minha mente, na
verdade, nunca deixei de dizer algo, sempre fui falante. Lembro-me dos meus
avós que me disseram a todo momento que as pessoas se aproximam de nós quando
elas sabem que somos sinceros e temos o coração aberto. Hoje tenho dúvidas a
respeito, talvez tenha sido uma realidade da época em que viveram e não haja
aplicabilidade prática para o meu presente.
Hoje vejo
as coisas sobre um prisma diferente, mas ainda me apoio no que me fora
ensinado. Entendo que as palavras verdadeiras são cortantes, rasgam o nosso ser
e nos desvela a alma, põe pra fora tudo o que tentamos inutilmente esconder,
mas elas são necessárias. Acontece que nosso mundo sofre de um caso patológico
de não-me-toques, de temer a sinceridade alheia, mas querer a todo instante
contraditoriamente ser verdadeiro... E por mais que tente buscar
respostas para compreender o mundo que me circunda e as pessoas que nele
habitam, tenho apenas mais perguntas a serem feitas. Vivemos na era das
perguntas sem respostas e das mentiras disfarçadas de sinceridade.
Comentários
Postar um comentário