Quando é hora de sair de cena...
Hoje
Errei.
Não adianta talvez me desculpar por nada, afinal corretivo, borracha ou nova tentativa
apaga o que foi feito. Nem palavras são convincentes, nem tem o poder de
amenizar as coisas, uma vez que são apenas palavras. Então parto. Sigo meu
caminho com essa ferida aberta no peito, por errar e não poder dizer olhando em
seus olhos o quanto me sinto triste por isso, o quanto me dói ter te magoado.
Talvez você até já saiba, mas não quero revisitar meu algoz falando novamente
sobre o assunto. Deixo-te em paz para seguir seu caminho, olhar os lugares com
o sabor de coisas novas e com alegria no olhar sem o peso das minhas escolhas
ruins. Você, mais do que qualquer pessoa no mundo, merece uma felicidade completa e sei
que não conseguirá tê-la junto a mim. Não, eu sei que não sou o pior dos
habitantes desse planeta, mas estou longe de ser o melhor, ainda mais de ser o
melhor pra você. Por isso fugirei sem data pra voltar, sem um endereço de
remetente e nem caixa postal, saio como covarde porque vou assim, mas é melhor
dessa forma. Às vezes as coisas não acontecem do jeito que queremos, pois
sempre pensei que nós estaríamos predestinados a viver nossas vidas juntos em
um lugar grande, criando nossas raízes perto do barulho de um centro
urbano qualquer. Mas estamos aqui, eu terminando essas linhas, em meio a lágrimas e a
uma quantidade infinda de papéis jogados no chão e você com a cabeça a mil
achando um modo de me proteger de mim. Não sei finalizar as coisas, nem essa
carta, nem as coisas de minha vida, mas tenho que o fazer de qualquer jeito.
Então, adeus.
Outono de um ano qualquer
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