A felicidade tem um preço?
Nascer, crescer, pagar contas e morrer, esse é
o quadro mais pessimista da vida adulta, mas não menos real. Fico observando
colegas e amigos que se matam de trabalhar para acumular bens e ostentar uma
vida aparentemente confortável, contudo que vivem infelizes com eles mesmos.
Para estes a vida gravita em torno de uma cifra bancária mensal, um carro na
garagem e uma casa financiada em muitos anos e fim, temos uma vida supostamente
feliz.
E viajar? – pergunto. Jamais, muito caro! Viagem
é coisa de gente rica. – dizem. Porém, são os mesmos que, contraditoriamente, gostam
de sair para uma festa com uma banda desconhecida e colocar uísque e
energéticos em cima da mesa de madeira puída, afinal traz mais visibilidade,
sabe-se lá para quem. Gastam somas vultosas em roupas de gosto duvidoso para
se mostrar para uma “sociedade” que, convenhamos, há muito deixou de se
importar com a marca pendurada na peça que se veste.
E para sustentar essa
necessidade de possuir bens, arrumam dezenas de trabalhos acessórios para
compor a renda, e ainda lhe consideram um louco quando você prefere levar uma vida mais simples, com parte do seu dia reservado para você. Já eles continuam enchendo o seu dia de reclamações sobre tudo, criticando o chefe, a carga horária puxada e a necessidade de ter mais tempo para si.
Respiro e reflito: cada qual com as suas
felicidades, não é mesmo? Mas a minha, ah... a minha não tem preço.
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