Felizes para sempre?
Acontece que
fomos condicionados, desde a mais tenra idade, a buscar o feliz para sempre das
fábulas infantis, naquele universo surreal em que patinho feio era um
incompreendido cisne, as princesas e heróis tinham suas vidas facilmente
resolvidas pelos laços de amor que os unia, amor este que por muitas vezes era
à primeira vista e que se selava rapidamente com um casamento e filhos, como
uma receita simples e rápida para a felicidade, entretanto esse mundo não
existe e a fábula não consegue encontrar respaldo na realidade. É aí que
vagamos na floresta encantada de prédios cinzentos e gente distraída,
procurando alguém que complete as nossas frases e atenda os nossos desejos.
Infelizmente, esse alguém não existe.
Não existem
pessoas prontas, no mundo não há bons ou maus, nesse maniqueísmo fuleiro que a
mídia tenta vender, encontramos pessoas que nos satisfazem aqui e ali ou
completamente devido a alguns poucos ajustes. O problema é que não gostamos ou
não temos paciência para as adequações. Ajustar gostos e afinidades? Jamais. O
produto tem que vir em ótimas condições e atender os desejos do cliente e em
caso de defeito devolve-se à fábrica na certeza de reembolso ou troca imediata.
E o felizes pra sempre lá dos livros, lá do nosso inconsciente, ganha uma
interrogação quando se deveria haver um ponto final, afinal a infantilidade de
algumas fábulas, em nossas vidas, fez morada.
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