Indiferença

Se o ano novo que nem um caminhão de mudanças me trouxe alguma coisa ou um sentimento foi o da indiferença. Envelheci mais um ano (merda!) e sinto que um passarinho passando e uma bomba atômica explodindo ao meu lado ou um vulcão em atividade a poucos metros de mim são coisas quase que semelhantes. Desaprendi. Na verdade neste texto de início de ano vamos falar de duas coisas, primeiro da indiferença, e, segundo, do quão bom é desaprender certas coisas (e ainda saber fazê-las caso necessário).
Desaprendi a me assustar ou fazer qualquer alarde diante de uma situação ou algo, dramatizar (ainda que momentaneamente) coisas banais que ficariam bem como mote de uma telenovela ruim, mas que na vida real não dá um ponto na audiência. E talvez no fato de ter desaprendido essas coisas eu tenha, ainda que magicamente, me tornado indiferente. Vejam como as coisas se complementam. E é bom. É bom não ligar, viver desencanado das coisas a ponto de perdoar e esquecer no automático e gritar ainda que em silêncio que você consegue estar desapegado e dormir com a consciência tranquila de quem limpou o nome do SERASA e pode retirar o tão sonhado carro do ano que estava em restrição.
 Acho que esse ano e uma crise pessoal e existencial dos vinte e poucos estão me fazendo refletir que a vida não é o drama teen norte-americano. A vida é uma coisa boa degustando uma taça cara de estou me lixando pra tudo isso.

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