Humanos?

Tornamo-nos tão intolerantes nos últimos anos. Conosco, com os outros com a vida. As últimas notícias demonstram isso. Não toleramos a posição política, a religião, a forma de viver e de pensar. Tudo precisa (e deve) estar de acordo com minhas convicções pessoais. Não se escuta mais ninguém, não se congrega ou compartilha ideias, não se aceita mais críticas. É claro que não excluo aqui que nossos contemporâneos não entendem mais a diferença de opinar e ofender, mas antes disso criamos um escudo, uma couraça impenetrável que nos impede de tocar a alma do outro, ficando mais na defensiva que qualquer outra coisa, uma vida patológica, diga-se de passagem. O “colocar-se no lugar do outro” perdeu o sentido. As pessoas buscam meios de ganhar a vida e acabam perdê-la nesse masoquismo suicida do ter. Perdemos o tino, o tato, o paladar da vida. Perdemos o gosto de viver e nos tornamos essa raça que de humana não tem mais nada. 

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