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Mostrando postagens de março, 2015

A vida não está em uma caixa!

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Nos últimos dias discute-se que a sociedade não está preparada para ver algumas coisas (cito o tão famoso beijo entre Fernanda Montenegro e Nathália Timberg na novela das oito). Digo e repito: a sociedade (nós) não está despreparada para ver certas coisas, na verdade estamos anestesiados e com preguiça de mostrar o que há lá fora para as nossas crianças e assim entender que a vida não é uma idealização dentro de princípios dos quais não utilizamos, mas reclamamos os direitos autorais. Não é uma caixa animada que ensina ou influencia, somos nós. A televisão não ensina uma criança a beber ou a fumar, somos nós que influenciamos dentro de casa. Nem tampouco a televisão influencia a criança a ser má e mentirosa, são as ações conjuntas da sociedade que a levam a ser dessa forma. Exemplifico: uma criança vê o pai criticando uma mulher por se vestir de maneira "indecorosa" e dessa maneira se sentirá à vontade de fazer o mesmo, pois encontra apoio. As crianças não nascem preconc

É preciso desbravar...

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Lembro que estudei certa feita que nós homens migrávamos conforme a nossa necessidade. Enfrentávamos animais ferozes, eras glaciais e todas as vicissitudes do caminho a procura de alimento para nossa sobrevivência. Nos tornamos acomodados um pouco com  descoberta da agricultura mais adiante, é bem verdade, mas nunca perdemos essa vontade, que é tão nossa, de desbravar e ir além, além de nossas possibilidades e talvez do que achávamos ser possível. Atravessamos oceanos, nos metemos em meio a matas desconhecidas, conhecemos povos diferentes. O nosso espírito aventureiro, entretanto, foi morrendo a ponto de acabar. Não conseguimos ser além, ir além, transpor o nosso comodismo. Não conseguimos inverter as ordens geográficas e amar o longe e o desconhecido, porque o que é fácil é menos doloroso e talvez mais prático (e não é!), não conseguimos visitar um amigo que mora na mesma cidade usando inúmeras desculpas, sendo a mais usual a distância e falta de tempo. Retrocedemos.  Por favor,

Sobre a promessa...

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Promessa é vontade que hoje seja amanhã também. Promessa é sonho incerto de acordar sonhando. Promessa é esperar semente nascer em qualquer terra.  Eu não quero que você prometa nada; quero que você seja agora, toda e inteira. Porque hoje eu estou; amanhã eu não sei. Hoje, eu vou; amanhã (quem sabe) não virei. E lhe conto tudo o que sei: que hoje sou, será, seremos. Amanhã, não sabemos. Hoje, ganhamos. Amanhã, outros planos. Por isso te quero agora, toda e inteira. Aqui a gente tem certeza. Acolá, é surpresa. Aqui, colheita das flores. Acolá, carrossel de amores. Por isso peço, fica agora. Porque os planos se fazem e se costuram por eles. Na casa se mora quando construo as paredes. Uma a uma, sem pretensão de mansão. Pintemos a esquina e depois traçamos cidade. Comamos do fruto pra descansar na pastagem. Curtamos entrada pra não querer ver saída. Bebamos agora o inteiro da vida. Porque promessa é parcelar felicidade. E eu a quero toda e inteira. Cuidemos juntos da flor e depois herd

As lembranças do que não vivi.

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Não lembro uma vez de ter ido à praia apenas para molhar os pés ou ficar observando o quebrar das ondas como espectador passivo daquele fenômeno. Nunca gostei de ser coadjuvante. Eu corria para a água, sentia as ondas espancarem meu corpo, o sal cortar meus lábios e a demora em permanecer ali enrugar meus dedos das mãos. Não era ali uma paisagem solitária e sim eu como participante daquilo tudo. No viver não é diferente. Desaprendi desde o nascer a ser raso, a ser mais um, a ser o cara não notado na mesa do restaurante. Às vezes passar despercebido é bom, mas não como regra. No trabalho eu nado, pego carona nas ondas, jogo pra cima com as mãos litros de água. No amor mergulho, me entrego, me afogo, me salvo. Logo, não entendo quem vive de carona, de observar apenas, de não ser. Não lembro de ter entrado em alguma coisa com o objetivo de desistir, sempre pensava nos louros da glória final e no êxtase de cruzar a linha de chegada. Claro, inconscientemente não fomos preparados para p

Questões filosóficas

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Nem tudo na vida depende de amores ou gravita em torno deles. Sim todos, assim como na alegoria platônica, procuramos a nossa alma gêmea e blá blá blá, mas eu me pergunto, e se ela não nasceu, ou melhor, e se ela anda encontrando em outro aquilo que deveria encontrar em mim? Vivo nessa busca incessante em encontrar no outra a felicidade que é minha meta ou tento ser feliz com o que tenho? Nestas questões filosóficas, Socrátes bem diria a sua famigerada frase “só sei que nada sei”, e eu... eu concordaria com ele plenamente. 

O amor é imprevisível.

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Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente a tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha. Trimmm! É sua mãe, quem mais poderia ser? Amor nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase galinha, sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver. Por que o amor nunca chega na hora certa? Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans. Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema. Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retratos e começou a gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio. O amor aparece quando menos se espera e de onde menos