Doeu


Doeu como se o meu peito fosse se rasgar, o externo fraturado e as carnes amolecidas jorrando sangue. Doeu como se a existência não fizesse mais sentido, como se os lugares, as músicas e as pessoas ao meu redor insistissem em me lembrar de você.

Percebi então que era hora de colocar os ossos no lugar, costurar a própria pele sem anestesia. Doeu. Gritava enquanto gemia de dor, dessas profundas, lancinantes, que não curam com analgésico algum.

Até que foi passando, como aquela dorzinha de cabeça que quando esquecemos dela para de incomodar.

Passou! – gritei para mim, comemorando. Mas antes só eu sei o quanto doeu.

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