Soneto da explicação


 Aquela poesia não é minha, não é sua, é de quem lê
As minhas palavras quando ganham vento
Vão a lugares que nem eu mesmo posso ver
Podem durar eternamente ou por um momento

Não pense que sou dono absoluto, sem ciúmes e sem luto
Sou humano, sou estranho, um poeta, uma confusão
Em mim moram a terceira pessoa, você e o mundo
Não perca tempo em descobrir a fonte de inspiração

Por que às vezes nem sei, às vezes nem há
Às vezes não quero dizer, admitir
nem pra mim, pra ninguém, nem pra você

A poesia não precisa de explicação
Se minha rima causa alguma satisfação além de nós , que bom
Cabe a ti "resaber" que é todo teu meu coração

(Renan Ribeiro)

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