Vida que segue

Eu te vi correndo hoje no parque, sabia? Corria com aquele olhar distraído e esquecido que tão bem te caracteriza. E sabe o que senti? Nada. Nadinha. Foi mais um transeunte como tantos que passavam em meu caminho matinal, entretanto o que os diferenciava de você, era que a ti eu conhecia bem. Ou pelo menos achei que um dia conheci.
Nossa, lembrei que estava disposta a desprender o tanto de amor que há em mim e te dar, mas você preferiu encontrar nos braços alheios os acalentos meus. Sei, que não ganhou o que queria, que fica de mimimi atualmente rindo da sua desgraça causada por você mesmo, quando  na verdade poderias ganhar vários hahaha, das cócegas que eu em ti fazia enquanto assistia uma besteira qualquer na TV. Talvez hoje não te culpe mais, não me pergunte mais o que tinha de errado em mim. Hoje, não sinto mais nada mesmo, talvez apenas pena, pena de não ter dado certo comigo, um alguém que possivelmente dividiria o céu em várias vezes sem juros pra te dar de presente e ter se frustrado com sei lá quem que nem uma pedra de asfalto lhe prometeu.
Vida que segue...

Júlia Siqueira

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