Entre pensamentos

E eu continuava pensando em você, mesmo existindo entre nós uma barreira física que contraditoriamente nos aproximava ainda mais. E eu tendia a te querer mais a cada instante, ainda que a razão tentasse alertar-me sobre os perigos que poderia correr e eu a sufocando com os devaneios do coração, este louco desvairado, que me diz que tudo é possível.
E pensando e querendo idealizava lugares, situações, conversas, beijos, carinhos e abraços. Imaginava seu sorriso, a sua fala, o seu encanto, mas de repente um barulho qualquer me trazia de volta à realidade ao meu redor. Calma, uma coisa de cada vez, dizia a mim mesmo, como se pronunciando essas palavras conseguiria acalmar a rapidez dos meus pensamentos e assim concentrar nas tarefas que deixara de lado para fixar meu pensamento em você.
Sempre soube que pequenas coisas eram capazes de abalar grandes estruturas, como aquele castelo de carta que ontem não consegui finalizar, eu colocava a última carta e tudo que estava pronto ruía. Será que é sempre assim quando se gosta de alguém? Desabar o seu mundo para juntar as cartas certas para a construção de um mundo nosso?
Não quero teorizar quero sentir. Cartas na mesa! Vamos escolhê-las?

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